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A destruição e a morte nunca trarão bem algum.

Mais pobreza nos AçoresEm terra onde cresce a pobreza incineram-se incineravam-se até há pouco tempo centenas de vitelos todas as semanas. Em nome da “correcção dos mercados“.(*)

A destruição da capacidade produtiva do país continua a mando de Bruxelas. Agora E assim tem sido também nos Açores. Foi exactamente assim que aqui no continente destruíram os olivais e nos obrigaram a importar azeite de baixa qualidade;  destruiram os pomares para nos obrigar a importar fruta desenxabida; destruíram as vinhas e nos obrigaram a importar vinhos mais caros e de qualidade inferior aos nosso; foi assim que destruíram a frota de pesca costeira e nos obrigaram a importar peixe congelado. Se os açorianos forem nesta conversa vão acabar a comprar leite, queijo e carne de vaca aos senhores do império europeu – a Alemanha, a Áustria, a Holanda, …

(*)”Corrigir” os mercados relativamente a um produto de oferta abundante é como chicotear as ondas para as obrigar a mudar de direcção. Os mercados não se corrigem, conquistam-se. Esta gente segue acefalamente os ditames dos senhores do império europeu em vez de lhes seguir o exemplo: manter ou aumentar a produção para inundar e dominar o mercado, vendendo a dumping se for necessário, durante o tempo que for necessário . Como é que se explica a esta gente que os 50 euros que pagam os exportadores de carne por cada vitelo têm mais valor para o seu futuro do que os 75 euros que paga a UE para destruir os animais? Alguns dos mais conceituados analistas económicos são actualmente unânimes quanto à real origem da actual crise financeira dos países do Sul da Europa: o aumento do financiamento da dívida desses países pelo BCE (e a unanimidade acaba aqui), segundo alguns (R. Koo’s Balance Sheet Recession) para que esses países suportassem o aumento das exportações da Alemanha que lhe permitiria a saída da crise (profunda) do princípio dos anos 2000, segundo outros para que as economias super-aquecidas dos países periféricos suportassem a quebra das importações da Alemanha durante esse mesmo período, segundo outros ainda por outras razões mais complexas.

Nota de correcção: Este artigo viu o seu texto alterado poucas horas depois da sua publicação aqui (mantendo-se, ainda assim, o texto anterior com sinal de rasurado) tomando em consideração a correcção feita pelo jornal Público quanto a actualidade desta sua notícia: http://www.publico.pt/economia/noticia/milhares-de-vitelos-com-15-dias-abatidos-nos-acores-a-troco-de-subsidio-da-ue-1611484

Este postal mantém, no entanto, confirmadamente, a sua actualidade no que respeita ao agravar das situações de pobreza no arquipélago açoriano.

O governo de salvação… do ‘pão para a boca’ dos privilegiados.

Não me apetecia nada escrever sobre este assunto, mas fui-me enojando progressivamente nas 2 últimas semanas até à náusea completa. Em 3 fases:

1.ª Foi iniciada a campanha de limpeza da imagem de algumas das mais sinistras figuras que jamais passaram pelos governos em Portugal, as quais são responsáveis pela destruição económica e social do país. Estas figuras deveriam estar a responder nas barras dos tribunais pelo que fizeram aos portugueses, tal como aconteceu aos governantes islandeses. Mas, por cá não só ficam impunes como ainda as instituições políticas lhes abrem as portas para novas oportunidades de voltarem a fazer o mesmo.

Vou dizer devagarinho, para todos poderem perceber: Quem_ criou_ o_ problema_ não_ pode_ fazer_ parte_ da_ solução.

2.ª Andam por aí umas forças políticas disfarçadas de movimentos de cidadania a pedir ao senhor Silva a constituição de um governo de iniciativa presidencial. Ora, tais forças sabem muito bem (ou tinham obrigação de saber) que após Ramalho Eanes a Assembleia Legislativa, furiosa com a iniciativa presidencial, retirou à presidência da República o poder de constituir governos sem o seu aval. O problema é que, tal como muito bem dizia Richard Buckminster Fuller, os políticos estão sempre a manobrar de forma realística para as próximas eleições mas estão ultrapassados no que respeita à resolução de problemas fundamentais. O problema é o tipo de gente que controla actualmente os aparelhos partidários e, através deles, a legislatura e o Estado.

Vou dizer devagarinho, para todos poderem perceber: Quem_ faz_parte_do_ problema_ não_ pode_ fazer_ parte_ da_ solução.

3.ª Contudo, nojento até ao vómito é vir um grande amigo dos “mais pobres”, o qual – consta por aí – terá proventos (pagos pelo erário público) de 500 mil euros mensais, afirmar publicamente que os portugueses (alguns já passando fome) precisam que o partido dele faça parte de um “governo de salvação nacional” “como de pão para a boca”. Tal como muito bem recordou um amigo meu há apenas 2 dias atrás, as alianças entre liberais e socialistas que pretendem conduzir reformas políticas podem acabar num assalto ao palácio de Inverno.

Vou dizer devagarinho, para toda a gente poder perceber: Quem_está_na_raiz_do_problema_não_pode_fazer_parte_da_solução.

Animal Farm Card by Sharon

O meu nome é Cliff, Fiscal Cliff*.

5 notícias 5, no Público.

Receita fiscal acentua queda em Novembro
Sérgio Aníbal 21/12/2012

Ela viveu um ano com mil euros… e muitas trocas
Cláudia Sobral 01/01/2013

Comércio a retalho cai 5,3% em Novembro e abranda queda homóloga
Félix Ribeiro 02/01/2013

Produção industrial agrava queda em Novembro
Félix Ribeiro 02/01/2013

Quando o desemprego deixa de ser uma questão temporária
Pedro Crisóstomo 03/01/2013

*Uma boa tradução para português será: Descalabro Fiscal.

Portugal: o verdadeiro problema será a fome ou o amianto?

Veio a senhora Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, dizer na passada quarta-feira para a televisão que o maior problema dos portugueses nesta altura é o empobrecimento.

Que descaramento! Que insensibilidade esta de “usar a fome como arma política e promover o retrocesso social”! Que ignorância! Se esta senhora se tivesse dado a maçada de consultar o partido ecologista Os Verdes ou o seu grupo de pressão Quercus, ficaria a saber que o verdadeiro atentado à vida dos portugueses é a existência de amianto nos edifícios públicos.

“[O] Governo parece brincar com a saúde dos portugueses”, acusam. “Estão em causa não só aspectos ambientais, mas também de segurança dos utilizadores dos edifícios como os funcionários públicos e os clientes que usam os vários serviços disponíveis pela administração”

Como se qualifica um povo que:

– em nome de uma falsa justiça fiscal permite que lhe destruam a Economia?

– em nome de uma falsa unidade da ortografia permite que lhe destruam a Língua?

– em nome de uma falsa justiça social permite que lhe destruam o serviço público de cuidados de saúde?

– em nome de uma falsa recuperação económica permite que lhe sejam penalizados os mais pobres?

(clique na imagem para ver a sua origem)

Como se qualifica um povo que comete sempre os mesmos erros? Que não valoriza a democracia por não querer a responsabilidade de fazer as suas próprias escolhas?

Have Yourself a Merry Little Christmas.

(Tenha um Natalzinho alegre.)

Qual é o verdadeiro Património imaterial de um povo?

A memória da reconquista da sua independência, há 3 séculos atrás?

Restaurar a Restauração da Independência
01 Dezembro 2011 (Maior TV)

A história dos feriados: do mais antigo ao mais recente
27 Novembro 2011, (Lusa/DN Portugal)

Ou um tipo de cançoneta popularizada em ambientes de tasca e alterne há menos de 1 século, a que chamaram Fado?

Fado: Câmara de Lisboa congratula-se pelo reconhecimento da UNESCO
30 de Novembro de 2011 (Diário Digital)

Quanto mais fazem tudo por dinheiro, mais pobre fica o país: este é um paradoxo que vendilhões sem escrúpulos jamais entenderão.

Quanto às consequências práticas da aprovação, Rui Vieira Nery sublinha a “curiosidade acrescida”. “É natural que haja ainda mais convites a artistas para actuarem no estrangeiro, bem como mais gente a vir a Portugal para frequentar casas de fados e para comprar discos.” (cf. aqui)

Qual será o legado patrimonial que a História virá a atribuir a esta geração de gananciosos, famintos de dinheiro e de protagonismo?

Um conto de Natal grego.

Há lugares no mundo que parecem ter especial capacidade para atrair pessoas e acontecimentos excepcionais.

Era uma vez uma cidadezinha de província chamada Bereia (ou Beroia) situada na Macedónia, no Norte da Grécia, cerca de 70 Km a Oeste da grande urbe portuária de Tessalónica. Nada a distinguiria provavelmente de outras pequenas cidades da região não fosse o caso de vir mencionada no Novo Testamento.
A história, conforme está descrita, conta-se em poucas palavras. Numa das suas viagens apostólicas, Paulo e Silas instalaram-se por algum tempo na grande cidade de Tessalónica para pregar o Evangelho, chegando a atrair à conversão “um grande número de crentes gregos e mulheres de elevada categoria social”. Isto provocou inveja nos judeus de Tessalónica que conjuraram uma agitação na cidade por forma a poderem prender os apóstolos. Mas os seus anfitriões conduzira-nos às escondidas para a cidade de Bereia onde os judeus “tinham sentimentos mais nobres do que os de Tessalónica e acolheram a palavra com maior interesse”.

Bereia chama-se agora Veria (ou Veroia) e continua a ser uma cidadezinha de província com apenas cerca de 50 mil habitantes. Mas a singularidade da sua gente volta a ser notícia. A história é novamente de registo breve mas tem um profundo impacto social.

Aproximadamente dois anos de cortes salariais, despedimentos e aumentos de impostos têm esmagado os padrões de vida numa Grécia estropiada pela dívida e o país enfrenta um desemprego recorde e um quarto ano de recessão em 2012. Ao nível pessoal, isto significa que muitos em Veria não podem pagar pelos serviços básicos como a electricidade, que acaba por ser-lhes cortada.
É aí que o grupo activista “Cidadãos de Veria” entra em cena. O grupo volta a ligar ilegalmente a electriciade às famílias carentes, desafiando directamente o fornecedor dominante no país, a Empresa Pública de Electricidade [a EDP lá do sítio].
“Ao cortar a electricidade, (a empresa) castiga crianças pequenas, pessoas idosas e, em geral, todos aqueles que não podem viver sem ela”, diz o activista Nikos Aslanoglou. “Decidimos que tinhamos que voltar a ligar a electricidade a estas pessoas. Nós não estamos escondidos, toda a gente sabe quem nós somos”. (traduzido daqui)

Posfácio: Hey Mama Life, do álbum From Mighty Oaks de Ray Thomas.


Take the pride from a man
You’re left without a meaning,
Take the wings from a bird, how can it fly?
Give him hope, give him trust and
a little understanding,
Give him back his pride, you’ll be satisfied.

A República: uma síntese actual.

Le réalisme social de Daumier.
Daumier, La république, 1848

A seguir: The uprising.

17 de Outubro – Dia Mundial Para a Erradicação da Pobreza.

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Alguns linques para sítios de organizações que desenvolvem acções de combate à pobreza:

Desafio Miqueias

Desafio 2015

Pobreza Zero

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