Consulte-se uma qualquer gramática de Português actualizada sobre as regras de acentuação ortográfica e poderá ver-se aí que as palavras esdrúxulas ou proparoxítonas “acentuam-se sempre com acento agudo quando a vogal é aberta e com acento circunflexo quando a vogal é média”.
Pergunte-se então aos “indefetíveis” defensores do AO90 como é possível ler-se fátura onde está escrito “fatura”, adótado em “adotado”, afétivo em “afetivo”, afétuoso em “afetuoso”, bátista em “batista”, infécioso em “infecioso”, anticoncétivo em “anticoncetivo”, coátivo em “coativo”, colétivo em “coletivo”, concéção em “conceção”, confécionar em “confecionar”, espétador em “espetador”, desafétado em “desafetado”, desinfétante em “desinfetante”, detétive em “detetive”, efétivar em “efetivar”, frátura em “fratura”, indefétível em “indefetível”, infétado em “infetado”, inspécionar em “inspecionar”, intercétado em intercetado, introspétivo em “introspetivo”, invétivar em “invetivar”, lécionar em “lecionar”, létivo em “letivo”, objétivo em “objetivo”, pára-choques em “para-choques”, percétivo em “percetivo”, perspétiva em “perspetiva”, prospétivo em “prospetivo”, recétivo em “recetivo”, reflétivo em “refletivo”, respétivo em “respetivo”, retrospétiva em “retrospetiva”, vétorial em “vetorial”?*
Como farão os professores de português para ensinar isto nas escolas? Darão aos alunos uma imensa lista de vocábulos que são excepção à regra gramatical? E ninguém pára isto? Ninguém desliga o “interrutor” (sim, parece mentira mas “interrutor” é o neovocábulo acordístico para interruptor) aos iluminados crâneos que inventaram esta monumental fraude linguística?
*E, há muitos mais exemplos para quem quiser dar-se ao trabalho de procurar aqui.