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As vozes dos donos.

Obedicer à voz do donoCom eleições, troika exigirá carta de compromisso a PS, CDS e PSD
04 Julho 2013, por Rui Peres Jorge (PÚBLICO)

Europa exige garantias do Governo até segunda-feira
04 Julho 2013, por Bruno Simões (PÚBLICO)

*As notícias foram apanhadas de uma colectânea encontrada aqui.

Nota: Os meus leitores têm notado certamente que os postais são cada vez mais sintéticos. Isso deve-se a uma falta de disponibilidade maior do que é habitual que brevemente aqui explicarei. Sinteticamente, claro. 😆

Portugal* como cobaia da Nova Ordem Mundial**.

Como pensa um burocrata ao serviço de um dos muitos poderes supranacionais actuais (UE, FMI ou outro qualquer)?

1. Há demasiados pensionistas em Portugal. A maioria dos pensionistas são velhos. Porque é que há tantos velhos em Portugal? Porque a maioria da população tem tido acesso gratuito ou quase gratuito nos últimos 30 anos a cuidados de saúde de (quase) todas as especialidades médicas. Então, para diminuir o número de pensionistas basta restringir o acesso da população aos cuidados de saúde. Recomenda-se, pois, que o Estado português aumente o custo de acesso da população à saúde elevando as taxas moderadoras e, para obter mais rapidamente o efeito desejado sobre o grupo populacional dos velhos, que  diminua simultaneamente as pensões.Gouvernance mondiale et l'éveil des peuples

2. Há excesso de licenciados para as necessidades do mercado de trabalho em Portugal – mesmo depois de os exportar em grandes quantidades. Porquê? Porque a maioria dos jovens tem tido acesso à prestação de ensino gratuito ou quase gratuito nos últimos 30 anos. Então, para diminuir o número de licenciados basta restringir o acesso dos jovens à educação universal gratuita. Recomenda-se, pois, diminuir a oferta gratuita de ensino reduzindo drásticamente o número de professores do ensino público, o que permitirá simultaneamente uma redução a curto prazo da despesa do Estado com os respectivos salários (a médio/longo prazo, estes professores desempregados estarão incluídos na redução de despesa prevista acima, em 1.)

Relatório do FMI propõe subida de taxas moderadoras e dispensa de 50 mil professores
09/01/13, 09:15
OJE/Lusa

*Grécia, Irlanda, …

**A Nova Ordem e a Nova Ordem Mundial

O meu nome é Cliff, Fiscal Cliff*.

5 notícias 5, no Público.

Receita fiscal acentua queda em Novembro
Sérgio Aníbal 21/12/2012

Ela viveu um ano com mil euros… e muitas trocas
Cláudia Sobral 01/01/2013

Comércio a retalho cai 5,3% em Novembro e abranda queda homóloga
Félix Ribeiro 02/01/2013

Produção industrial agrava queda em Novembro
Félix Ribeiro 02/01/2013

Quando o desemprego deixa de ser uma questão temporária
Pedro Crisóstomo 03/01/2013

*Uma boa tradução para português será: Descalabro Fiscal.

Vossa Excelência* (O discurso de Cantinflas)

um intróito à manifestação contra o governo do coelho.

*Su Excelencia (filme)

Lições da directora do FMI sobre o dever moral* de pagar impostos.

Crise na Grécia – Christine Lagarde: os pais das crianças gregas “têm de pagar os seus impostos”
26.05.2012, PÚBLICO

Exonération d’impôts pour le salaire annuel de 380 989 euros de Christine Lagarde au FMI
06 Juillet 2011, Infomedia, TOUT SUR LES IMPOTS
(Tradução do título: Isenção de impostos sobre o salário anual de 381 mil euros de Chistine Lagarde no FMI)

*dos pobres, obviamente (clique na imagem).

Nota: Ficamos a saber também que ao abrigo da Convenção sobre os Privilégios e Imunidades das Nações Unidas, de 1946, os socialistas António Guterres (Alto Comissário da ONU para os Refugiados) e Jorge Sampaio (Alto Representante da ONU para o Diálogo das Civilizações) também estão isentos de impostos sobre os respectivos proventos, cujos montantes exactos não foi possível apurar mesmo após busca aturada. O de Guterres não será certamente inferior ao do seu antecessor Ruud Lubbers (167 mil dólares anuais, entre 2001 e 2005); o montante total auferido por Sampaio é mais difícil de determinar, mas segundo as tabelas salariais para os altos cargos da ONU em 2012 (ficheiro Excel 41Kb) o salário base situar-se-á entre os 170 e os 190 mil dólares anuais, ao qual deverá ser acrescentada uma quantia significativa (que não pudemos apurar) para viagens e outras despesas.

Nota2: As notícias acima lincadas foram encontradas via Aventar, nesta e nesta entradas, respectivamente.

O próximo porquinho a cair é…

Apesar do wishful thinking dos analistas e quejandos, a próxima Economia do sul europeu a colapsar não será Portugal, mas a Itália. E, o impacto será enorme.

Tal como já havia sido apontado aqui mas, como de costume, ninguém acredita.

Nota: A Economia portuguesa continuará a definhar lentamente ao longo de 2012, com os portugueses a deixarem-se esmifrar pelo fisco cada vez mais até que… ?

O presente de uma nação sem futuro, em resumo.

Os portugueses não se reproduzem e a população envelhece rapidamente.

ONU. Baixa fertilidade penaliza produtividade e economia em Portugal
Por Agência Lusa, publicado em 27 Out 2011 (jornal i)

Mas, o  governo ainda aconselha a actual população jovem a emigrar

Passos Coelho sugere a emigração a professores desempregados
18.12.2011 – Por PÚBLICO

e vende o sector estratégico da produção eléctrica nacional a uma empresa estatal chinesa.

Chineses da Three Gorges ganham privatização da EDP (act2)
22 Dezembro 2011, Celso  Filipe (Negócios)

A população activa de nacionalidade portuguesa decresce

População portuguesa reduzida a 6 milhões no final do século
Publicado a 11 MAI 11 (TSF)

e é substituída por imigrantes, vindos principalmente dos novos países da União Europeia.

Os búlgaros nas vindimas
Reportagem vídeo, 27.09.2011, Helena Silva e Luís Carvalho (JN)

Já pensaram? Conceitos como nação portuguesa, identidade, independência e território nacional passam a não ter significado. É a isto que os governantes de Portugal conduzem o país. Mas… será mesmo isto o que os portugueses querem?

Só aqueles que nunca conheceram a escravidão deixam de dar valor à liberdade.

A história da esperteza do português Francisco.

Suponhamos que um português chamado Francisco, a quem todos tratam por Chico, decide contrair um empréstimo de 100 mil euros para pagar várias dívidas que foi acumulando ao longo de alguns anos em que os gastos foram sempre superiores aos rendimentos.

O Chico pede então um empréstimo de 100 mil euros ao único banco que ainda lhe concede crédito: o BCE – Banco dos Custos Empurrados. O crédito é concedido por um prazo de 7 anos sujeito a uma taxa de juros de 5,7% ao ano.

Faça-se aqui o cálculo simples dos custos deste empréstimo ( sem correcções à taxa de juro aplicada nem contabilização de despesas associadas ao risco do cliente):

100 000 x 0,057 x 7 = 39 900 € (total de juros)

100 000 + 39 900 = 139 900 € (total a pagar)

Mas o Chico não muda de vida – mantém o carro de alta cilindrada, continua a comer em restaurantes caros, a comprar os gadjets electrónicos mais recentes e roupas de marca, … -, não diminuindo as despesas. Tenta aumentar os seus rendimentos cobrando mais aos seus clientes, mas aqueles reagem diminuindo o recurso aos seus serviços.

Logo que tem que começar a pagar o novo empréstimo, o Chico não é capaz de satisfazer os montantes exigidos para a sua amortização. O banco percebe que o Chico é incapaz de pagar as prestações resultantes daquele empréstimo, com aquele prazo, e propõe-lhe aumentar o prazo de pagamento do empréstimo para 15 anos com juros a uma taxa média de 4,4% ao ano.

100 000 x 0,035 x 15 = 66 000 € (novo total de juros)

100 000 + 66 000 = 166 000 € (novo total a pagar)

O Chico sai do banco muito contente com a sua esperteza. Quando conta aos amigos a proeza eles passam a chamar-lhe  Chico esperto.

Entretanto em Atenas, ontem…

Atenas, vigília frente ao Parlamento, 15Jun11
Após dia de protestos, manifestantes gregos mantêm vigília em frente ao Parlamento, em Atenas
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Confrontos com a polícia em Atenas, 15Jun11
Manifestantes entram em confronto contra a polícia, em Atenas, na Grécia
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Manifestantes protestam frente ao Parlamento em Atenas, 15Jun11
Manifestantes protestam em frente ao Parlamento durante greve contra pacote de medidas de austeridade, em Atenas, na Grécia
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O fim da dominação dos falsos socialistas incompetentes.

Foi possível, finalmente, dar uma leitura (ainda que parcial e rápida) ao Memorando de Entendimento nos Condicionamentos Económicos Específicos da Política Económica para Portugal, estabelecido com o FMI/BCE/EU com vista a permitir o empréstimo para resgate da dívida pública portuguesa – aproveitando gratamente a tradução feita pela equipa do blogue Aventar.

A primeira e mais importante conclusão que é possível tirar, é aquela expressa no título do presente texto: a de que acabou a dominação dos falsos socialistas incompetentes que conduziram a Administração Pública portuguesa à insolvência, o país à estagnação económica e uma parte substancial do povo à penúria.

Ao contrário do que acontece usualmente neste país, os responsáveis pelo descalabro são reconhecidos como tal e podem mesmo ser apontados. São eles os (ainda) primeiro-ministro e ministro da Finanças – ajudados até certa altura pelos (tristemente famosos) Pino e Lino. Estes indivíduos são responsáveis pela destruição da subsistência, nalguns casos da vida, de muitos milhares de pessoas. Só no limitado âmbito dos meus relacionamentos conheço duas dezenas de casos. Estes indivíduos têm que prestar contas, têm que ser levados à justiça pelas associações representativas daqueles que destruíram (e continuam a destruir) de forma deliberada e calculista.

Lê-se e ouve-se por aí que as condições deste Memorando obrigam à suspensão da democracia. Não é verdade. Esta é a segunda mas não menos importante conclusão. O que este Memorando faz é suspender o actual pseudo-socialismo cleptocrático. Qualquer pessoa que conheça o significado da palavra sabe que a democracia foi suspensa em Portugal pelo primeiro governo de José Sousa, vulgo Sócrates, em 2005. (Seria essa, aliás, a razão que conduziria à fundação deste blogue, mas esse assunto será explanado num dos textos seguintes.)

É preciso sabDemon possessed pigs.er olhar para além das aparências. Sócrates e a sua camarilha vão usar todos os truques e enganos para tentarem iludir (e iludir-se quanto) aquilo, que já sabem (sim, eles já sabem), irá acontecer. Eles são mestres nas artes das aparências. Mas a realidade é esta: toda a dominação tem um fim e esta dominação sobre os portugueses acabou.

Então, os espíritos malignos saíram do homem e entraram nos porcos, e a vara, cerca de uns dois mil, precipitou-se do alto no mar e ali se afogou.
Marcos 5, 13

A terceira conclusão não é, infelizmente, tão positiva como as anteriores. É mais um aviso. As medidas preconizadas no Memorando não resolvem o problema estrutural da falta de crescimento da Economia portuguesa. Sendo isto uma coisa tão óbvia, é caso para perguntar se não será também deliberada da parte daquelas Economias que pretendem (sem rebuço, sequer) dominar a União. É que, depois de convencerem os governantes destes país, com falas mansas e subsídios, a demolir durante trinta anos as actividades produtivas básicas para a subsistência – a agricultura e as pescas – e as indústrias básicas tradicionais – os têxteis e o calçado –, estão agora a criar as condições para a colonização completa do país pelas poderosas empresas industriais e comerciais alemãs e espanholas, principalmente (já iniciada, aliás: basta atentar na origem dos bens que os portugueses compram).

Desta forma, o caminho de Portugal não será diferente do da Grécia e da Irlanda – a total dependência económica e a total submissão política. Ou, em alternativa, a saída da moeda única.

Uma sociedade que troca um pouco de liberdade por um pouco de ordem acabará por perder ambas, e não merece qualquer delas.
Thomas Jefferson (1743-1826), carta a James Madison
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