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Levar os bancos à justiça.

Por esta altura tornou-se óbvio que Portugal é incapaz de seguir o exemplo da Islândia relativamente à dívida da banca e do Estado. Não que os cidadãos tenham deixado de manifestar já, com toda a clareza, a sua recusa de seguir a via actual, mas por falta de coragem dos políticos eleitos e por falta de competência das instituições democráticas. Neste momento, em que a única forma de pressão dos cidadãos sobre os seus representates começa a ser a violência, julgo útil trazer ao conhecimento de todos vós uma outra forma de luta encontrada pelos nossos irmãos irlandeses. Haverá em Portugal, certamente, pelo menos um escritório de advogados disposto a apoiar os cidadãos nesta via.

Já vos oiço, preocupados :shock:, a perguntar: Mas, a banca portuguesa aguenta? Ai aguenta, aguenta! E, se não aguentar – com um escamartilhão! – o governo lá está já preparado para a ajudar na refundação.

Mentir em Portugal pode ter prémio ou castigo: depende do mentiroso.

Acho muitíssimo bem que os mentirosos tenham direito a um período de férias pagas num estabelecimento do Estado.

Na verdade, seria incomportável para o erário público que todos os mentirosos fossem de férias para Paris.

Temo, contudo, que o legislador não tenha tomado em consideração o potencial desta medida – se alguma vez a sua aplicação vier a ser  generalizada – para rapidamente exceder a capacidade de alojamento nos referidos estabelecimentos.

(mais) Uma boa ideia para a Economia portuguesa.

O calhau pediu, o fisco pariu.

Há uma série de problemas por resolver no sistema económico-financeiro:

– O Banco de Portugal prevê já uma contracção da Economia de 3,1% este ano.

– O número oficial da taxa de desemprego já se situa nos 13,6%, não obstante todos os truques do governo para o contrariar.

– Os bancos estão descapitalizados e uma boa parte dos portugueses já só tem lá conta porque a tal são obrigados para pagamentos ou recebimentos.

Então, a Administração Fiscal responde com esta ideia de pasmar:

O Fisco vai controlar todos os pagamentos realizados nos terminais de pagamento automático, através de cartões de crédito e débito, independentemente do valor, (…)
O objectivo desta portaria é o combate à fraude e evasão fiscal através do cruzamento de dados.
(Finanças vigiam compras com cartão, 02 Fevereiro 2012, Jornal de Negócios)

O Jardim no Deserto não poderia deixar de se associar a este novo desígnio nacional das boas ideias e, por isso, deixa aqui em baixo uma série clássica delas que culmina com a aprendizagem da dança ao modo grego.

Capitão Campanha: um jogo muito elucidativo.

Para todos aqueles que desconhecem as motivações que suscitam as corridas ao poder nas democracias ditas representativas, aqui fica um linque para um “Demgame” (democratic game) jogável dentro do navegador (browser). Basta clicar sobre a imagem em baixo.

Demgame Captain Campaign

Como verá se jogar duas ou mais vezes, o candidato pode defender uma ideia ou a sua contrária e obter popularidade em ambos os casos. Basta que se rodeie das pessoas certas, produza a melhor mensagem publicitária (slogan) e use da mais eficaz demagogia nos debates públicos.

Depois de ter percebido como funcionam estes “oportunistas da democracia” e quais são as suas reais intenções, vai continuar a ir na conversa deles ou vai começar a exigir tomar nas suas mãos as decisões sobre o governo deste seu País?

300 mil votos numa moção de censura ao governo.

sócrates deve prestar contas pelos prejuízos ao paísO povo, que é o soberano em democracia, repudiou aqueles que tinha elegido para o servirem, por causa do seu mau serviço e da incompetência demonstrada.

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No sábado passado, dia 12 de Março, 300 mil portugueses saíram à rua um pouco por todo o país em marchas de protesto. Só em Lisboa ter-se-ão reunido 160 mil pessoas no Rossio – pelo menos e provavelmente mais.
O que terá vencido a inércia de tanta gente no país do “vão lá vocês” e do “deixa andar”? Não foi disciplina partidária. Não foi uma acção sindical. Não foi um qualquer interesse corporativo. Nem mesmo foi um movimento geracional, ao contrário do que sugeria o nome do movimento iniciador. Também não terá sido por prazer ou mero divertimento – a maior parte das pessoas teria, certamente, coisas muito mais interessantes com que ocupar uma tarde de sábado.
O que poderá, então, ter provocado o juntar de tantas vontades de forma tão espontânea e desinteressada? Pelo que me foi dado ver, ouvir e ler, a razão que unia todos aqueles (300 mil) portugueses era a da indignação profunda contra este primeiro-ministro, esta governação, este governo e esta legislatura – por esta ordem.
Só com muita má-fé alguém pode desvalorizar uma manifestação que conseguiu aquilo que pareceria impossível em Portugal: reunir gente de todas as idades e de todos os quadrantes políticos num mesmo protesto.
Ignorar esse protesto, como estão a fazer os protestados, continuando a agir como se nada tivesse acontecido, é absolutamente intolerável em democracia.
As afinidades deste primeiro-ministro com o seu amigo Kadhafi são cada vez mais patentes.

Não basta, contudo, afastar os maus governantes. Eles têm que passar a ser responsabilizados pelos prejuízos causados ao país, cujos problemas dependem precisamente da má governação  continuada por causa da impunidade daqueles que o têm mal-governado. A Constituição Portuguesa já prevê esse mecanismo (veja em baixo). A próxima legislatura deve torná-lo lei por forma a fazê-lo efectivo, pois o país não aguenta mais oportunistas em lugares de decisão.

Constituição da República Portuguesa
Artigo 22.º – (Responsabilidade das entidades públicas)
O Estado e as demais entidades públicas são civilmente responsáveis, em forma solidária com os titulares dos seus órgãos, funcionários ou agentes, por acções ou omissões praticadas no exercício das suas funções e por causa desse exercício, de que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou prejuízo para outrem.

Geração à rasca ou nação à rasca?

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Quem está à rasca, tem mesmo que ir!

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12 Março -  cartaz manifestação protesto 'Geração à Rasca'
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Muita informação Na Avenida da Liberdade.

A história da vossa escravidão.

(The story of your enslavement.)
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É tempo de acordar os que dormem.
(It’s time to wake those who sleep.)
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Porque não entendeis a minha linguagem? Porque não podeis ouvir a minha palavra?
(João 8: 43)
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A Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico.(3)

Termina na próxima segunda-feira, 15 de Novembro de 2010, o prazo para subscrever a ILC contra o Acordo Ortográfico.

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Um último aviso e apelo. Se acha que escrever assim:

De fato o fato do espetador assentava-lhe muito bem. Quando chegou à receção da suntuosa casa de espetáculos a rececionista não se conteve sem lhe dizer:
– Ó Antônio a atriz que engraçou contigo hoje não tira os olhos de ti.
Ele sorriu e num ato irrefletido deu uma gargalhada que se ouviu na seção ao lado que ficava no mesmo setor onde o diretor de espetáculos recebia os espetadores, e não se conteve sem exclamar:

lhe convém, então não, repito, NÃO subscreva a ILC contra este aborto acordo ortográfico que lhe querem impor. Se, pelo contrário, prefere continuara a escrever assim:

De facto o fato do espectador assentava-lhe muito bem. Quando chegou à recepção da sumptuosa casa de espectáculos, a recepcionista não se conteve sem lhe dizer:
– Ó António a actriz que engraçou contigo hoje não tira os olhos de ti.
Ele sorriu, e num acto irreflectido deu uma gargalhada que se ouviu na secção ao lado que ficava no mesmo sector onde o director de espectáculos recebia os espectadores, e não se conteve sem exclamar:

então, faça a si mesmo o favor de ir imediatamente assinar a coisa.

Processar o primeiro-ministro é boa ideia.

Por lá:

Islândia: primeiro-ministro processado por causa da crise
Vai ser criado um tribunal especial para julgar Geir Haarde por negligência…
2010-09-28, Agência Financeira

Por cá:

Défice das administrações públicas agrava-se para 9,5%
Compra de submarino contribuiu para aumentar as necessidades de financiamento do Estado…
2010-09-28, Agência Financeira

Responsabilizar o governo pelos prejuízos à nação

Pergunta que vem mesmo a propósito:

Não estará na hora do parlamento português seguir o bom exemplo islandês e responsabilizar judicialmente estes maus governantes pelos prejuízos causados ao erário público, ao país e aos cidadãos?

A Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico.(2)

Logo ILC contra o AOLogo ILC contra o AOLogo ILC contra o AO

Atendendo ao que escrevia aqui o João Pedro Graça (supondo que seja ele a escrever) no passado mês de Junho, o número de assinaturas recolhido até aquela data rondaria somente as 3 mil e tal, das 35 mil necessárias para poder levar à votação no Parlamento a ILC que pretende suspender o aberrante Acordo Ortográfico imposto aos portugueses sem discussão pública.

Ora, isto causa-me uma enorme perplexidade. E levanta algumas perguntas que me incomodam:

Porque não enviaram ainda a sua assinatura na ILC as mais de 110 mil pessoas signatárias deste manifesto/petição anterior, que pretendia exactamente a mesma coisa?

Porque não assinaram já a ILC os mais de 76 mil membros  da Causa “Não queremos o Acordo Ortográfico” posta a correr no Facebook pelo João Pedro?

Por favor, alguém mais perspicaz do que eu pode explicar-me esta ocorrência que não me faz qualquer sentido?

Nota: Demora no máximo 10 minutos a descarregar, imprimir e preencher a folha de recolha de assinaturas. Custa no máximo o preço de 1 selo de correio enviar a folha preenchida para a morada de recolha – isto se não quiser digitalizá-la, após o preenchimento, e enviá-la em anexo a um e-mail para o endereço de recolha.