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The American (bad) Dream.

Milhares pedem à Casa Branca que os seus estados possam sair dos EUA
Por Joana Azevedo Viana, publicado em 13 Nov 2012 (jornal i)

Biggest Winner From Obama Reelection? “Guns And Ammo”
Submitted by Tyler Durden on 11/13/2012 (Zero Hedge blog)

Eis o que acontece quando se transforma o dinheiro em dívida.

Lembre-se, o dinheiro é dívida desde que o padrão ouro foi retirado. O que existe actualmente em circulação no mundo não é dinheiro mas tão só promessas de pagamento de dívida, sob a forma de notas de banco, cheques, ordens de pagamento e outras promissórias.

Visualize a monstruosidade resultante – nesta sequência de imagens apenas para o grupo de países em que somos incluídos, os GIPSI-Grécia, Itália, Portugal, Espanha (Spain) e Irlanda, mas é possível explorar o sítio para visualizar outras monstruosidades ainda maiores.

Perceba, finalmente, como é que os bancos atiraram para cima dos contribuintes (de si) a monstruosidade que eles próprios criaram.
Bailouts, stimulus packages, debt piled upon debt…Where will it all end?
How did we get into a situation where there has never been more material wealth & productivity and yet everyone is in debt to bankers?
And now, all of a sudden, the bankers have no money and we the taxpayers, have to rescue them by going even further into debt!

A realidade sobre a crise da dívida em Portugal, Espanha e na União Europeia.

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In Portugal, non-financial companies (NFCs) have debt that is 16 times their pre-interest profit. An interest rate of little over 6 per cent would wipe that profit out. In Spain the numbers are 12 times and 8 per cent, respectively. So its entire NFC sectors are junk – a designation that kicks in at a ratio of about 10 times. …

I present some basic statistics to highlight the problem in Europe. In short, there exists a deleterious positive feedback loop between overly leveraged banks and their sovereigns in key markets. …

… So because of totally contrived institutions — these dumb pseudo countries that don’t have their own currencies — and a silly belief in numbers, we’re getting this situation where the poor most pony up to bail out the rich.
Outrage.

Nota: Desculpem, mas não tenho tempo para traduzir.

A história da esperteza do português Francisco.

Suponhamos que um português chamado Francisco, a quem todos tratam por Chico, decide contrair um empréstimo de 100 mil euros para pagar várias dívidas que foi acumulando ao longo de alguns anos em que os gastos foram sempre superiores aos rendimentos.

O Chico pede então um empréstimo de 100 mil euros ao único banco que ainda lhe concede crédito: o BCE – Banco dos Custos Empurrados. O crédito é concedido por um prazo de 7 anos sujeito a uma taxa de juros de 5,7% ao ano.

Faça-se aqui o cálculo simples dos custos deste empréstimo ( sem correcções à taxa de juro aplicada nem contabilização de despesas associadas ao risco do cliente):

100 000 x 0,057 x 7 = 39 900 € (total de juros)

100 000 + 39 900 = 139 900 € (total a pagar)

Mas o Chico não muda de vida – mantém o carro de alta cilindrada, continua a comer em restaurantes caros, a comprar os gadjets electrónicos mais recentes e roupas de marca, … -, não diminuindo as despesas. Tenta aumentar os seus rendimentos cobrando mais aos seus clientes, mas aqueles reagem diminuindo o recurso aos seus serviços.

Logo que tem que começar a pagar o novo empréstimo, o Chico não é capaz de satisfazer os montantes exigidos para a sua amortização. O banco percebe que o Chico é incapaz de pagar as prestações resultantes daquele empréstimo, com aquele prazo, e propõe-lhe aumentar o prazo de pagamento do empréstimo para 15 anos com juros a uma taxa média de 4,4% ao ano.

100 000 x 0,035 x 15 = 66 000 € (novo total de juros)

100 000 + 66 000 = 166 000 € (novo total a pagar)

O Chico sai do banco muito contente com a sua esperteza. Quando conta aos amigos a proeza eles passam a chamar-lhe  Chico esperto.

O colapso da Economia europeia explicado em 3 minutos.(repetição)

Cada vez mais a propósito…(1)

… How can broke economies lend money to other broke economies who haven’t got any money because they can’t pay back the money the broke economy lent to the other broke economy and shouldn’t have lended to in the first place because a broke economy can’t pay back? …

tradução (tentada): … Como é que economias falidas emprestam dinheiro a outras economias falidas que não têm dinheiro porque não conseguem pagar o dinheiro que a economia falida emprestou à outra economia falida e nem devia ter emprestado para começar porque uma economia falida não pode pagar? …

(1)
… Italy has the biggest sovereign-debt market in Europe and the third-biggest in the world. It has €1.9 trillion ($2.6 trillion) of sovereign debt outstanding, 120% of its GDP, three times as much as Greece, Ireland and Portugal combined—and far more than the €250 billion or so left in the European Financial Stability Facility (EFSF), the currency club’s rescue kitty. Default would have calamitous consequences for the euro and the world economy. …
(On the edge, Jul 14th 2011, The Economist)
… Europe’s banks need to add capital if they are to withstand the effects of a debt restructuring in Greece, Portugal or Ireland. But that has been the case for well over a year and yet they have still dragged their heels on recapitalisation. …
(Ignoring the obvious, Jul 15th 2011, The Economist)

Os impactos de uma curva de rendimentos invertida.

Apesar da intervenção de ontem do BCE no sentido de tentar normalizar a distribuição da curva dos rendimentos por prazos dos títulos de dívida pública portugueses, a inversão continuou e voltou a acentuar-se hoje a subida dos juros, em especial para os prazos mais curtos.

Dívida pública PT 10 Mar - Bloomberg

Isto significa – tentando explicar de um modo muito simples – que os investidores (agora diz-se “os mercados”) perderam confiança no longo prazo, isto é, que as espectativas de obter rendimento nas aplicações de longo prazo são mínimas (ou nulas) e, portanto, deixaram de ser interessantes como investimento.

Do ponto de vista do consumidor isto significa, por exemplo, que os empréstimos de taxa fixa tendem a tornar-se menos onerosos do que os de taxa variável, cujos juros tendem a subir rapidamente.

Esta falta de confiança dos potenciais compradores de dívida pública reflecte-se no direccionamento preferencial dos seus capitais para a aquisição de acções (de valores) designadas como “defensivas” – entre as quais se incluem as de empresas que negoceiam produtos petrolíferos. Esse aumento da procura reflecte-se, necessariamente (pelo menos no curto prazo), no preço desses produtos – certamente já terá dado por isso – o que agrava os problemas das economias mais dependentes dos produtos petrolíferos, como é o caso do nosso país.

Esta situação insustentável da Economia portuguesa é, tão somente, o corolário de seis anos da “governação de sucesso” da dupla ‘de Sousa-dos Santos’.

Que nome se deve dar a quem confunde a verdade com falta de educação?

J. Sócrates, Manual do CharlatãoAté pode não se simpatizar com Soares dos Santos – eu, por exemplo, não simpatizo. O que não se pode é chamar-lhe mal-educado porque ele afirma que “truques é para o Sócrates” “Eles é que gostam de truques”, pois isso é uma verdade absolutamente comprovada:

… O Governo está a usar todos os expedientes possíveis e a uma velocidade nunca vista para contrair empréstimos nos mercados internacionais e conseguir chegar ao final do primeiro semestre sem entrar em incumprimento e ter de recorrer à ajuda externa.
Um dos instrumentos em grande ascensão é a emissão secreta de dívida, as chamadas colocações “privadas” junto de investidores, como China, Brasil e outros países com excedentes.

(Dívida pública secreta já vale 2,5 mil milhões, 24/02/2011, DN Economia)

Alivia ou ressaca?

The Day After (Der Tag Danach), gravura, E. Munch, 1894.
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Dívida: taxa de títulos a 10 anos alivia para 6,864%
spread exigido face à dívida alemã com a mesma maturidade situava-se nos 372,8 pontos base
Por Redacção/LF | 2011-02-04 10:13
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Nota: Para ficar a perceber porque é mais ressaca do que alívio espreite aqui.

O ‘negócio da China’ da dívida portuguesa – e não só.

Taipan - a cobra mais venenosa do mundo.Ao ler este texto do Miguel Noronha (que julgo, talvez erradamente, ser esta pessoa) no blogue O Cachimbo de Magritte, veio-me espantosamente à memória uma passagem do romance de James Clavell, Taipan, lido há muitos anos, a qual acabei por encontrar após paciente pesquisa nocturna e passo a transcrever.


Porque é que perdemos tudo, hem? Pareceu-me um acordo simplesmente maravilhoso.
Porque estamos a lidar com chineses.
– Não entendo.
– … A primeira coisa que é preciso compreender: Há cinquenta séculos que os chineses chama à China o Reino de Meio… a terra que os deuses colocaram entre o céu que lhe fica por cima e a terra, por baixo. Por definição, o chinês é um ser de uma superioridade única. Todos eles crêem que qualquer outra pessoa, qualquer, é um bárbaro e nada conta. E que só eles detêm o direito, concedido por Deus, como única nação verdadeiramente civilizada, de governar a terra. …
…Os manchus acham que as nossas ideias, Cristianismo, Parlamento, voto, e acima de tudo a igualdade de todos perante a lei e o sistema de júri, são revolucionárias, perigosas e maléficas. Mas querem o nosso dinheiro.

(James Clavell, Taipan, Publicações Europa-América, vol. 1, p. 107-109)

Então, esta gente que manda pensa que a alternativa ao FMI/FEEF é ficar completamente dependente da China? Deviam ler mais e melhor*. Os voluntarismos de Vilar de Maçada e as espertezas de Boliqueime vão ficar muito caras às gerações futuras.

Ai, e tal, não se pode fazer nada… Desculpem, mas pode. Para começar, pode votar em pessoas diferentes já no próximo domingo.

*Bónus para quem “tem pouco tempo para ler” (a desculpa costumeira para quem tem pouca apetência para a leitura) – fica aqui um linque para  diversas versões do Taipan!, um joguinho homónimo do (e baseado no) referido romance, muito simples mas muito viciante; e, até há uma versão para jogar no i-phone.

O BCE chega-se à frente…

um bocadinho mais para a beira do abismo.

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O Banco Central Europeu (BCE), que tinha já adquirido 67 mil milhões de euros em títulos de dívida pública dos países periféricos até à semana passada, voltou a fazer aquisições «enérgicas» esta semana…
O responsável lembrou que a ajuda do BCE aos países em dificuldades é «temporária», não podendo prolongar-se por muito mais tempo. …

Afinal, até existem investidores que se dedicam apenas a comprar emissões falidas, embora os investidores, perdão, os especuladores particulares o façam sempre a forte desconto e nunca à entrada de um ciclo económico fraco. Será certamente para tomar decisões corajosas como esta que foi contratado o grande guru português da gestão monetária, Vitor Constâncio.

Placas tectónicas e falhas geológicasNa linguagem da Tectónica dir-se-ia assim: se ao longo de uma falha não existirem pequenos deslizamentos ou ajustamentos, que provocam pequenos sismos, a tensão tende a acumular-se e, a certa altura, provocará, com grande probabilidade, um forte deslizamento que resultará num terramoto.