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Porque matam os profetas e pagam aos charlatães?

Ninguém está interessado em saber a verdade sobre si mesmo e sobre o seu futuro. O que as pessoas querem é que alguém lhes invente uma personagem e um futuro, falsos mas agradáveis. Querem mesmo ser enganadas! Gostam realmente de andar iludidas!

Esta é a razão porque tanta gente procura e paga a astrólogos, tarólogos, videntes, cartomantes, ideólogos políticos e económicos, e a outros “adivinhos“, mas odeiam e destroem, logo que podem, os anunciadores da verdade.

Porque os ídolos domésticos dão falsos oráculos, os adivinhos têm visões enganadoras, anunciam sonhos mentirosos, pronunciam coisas fraudulentas; por isso, eles se afastam como um rebanho, andam errantes, porque não têm pastor.
Zacarias 10, 2

Nota: Levei anos para constatar uma coisa tão simples… Que pequena inteligência, que desilusão de mim mesmo!

A impossível relação do neo-socialista com a verdade.

Ontem, 6 de Setembro de 2011, pelas 11 horas e 40 minutos (da manhã, sim) fiz o seguinte comentário num artigo de Daniel Oliveira publicado no blogue Arrastão:

Não querendo entrar em “minudências semânticas” gostaria apenas de perguntar em que formulação sintática se baseia ao escrever “os neoliberal ou os ultraliberal” em vez de, como seria normal (condicente com a norma), “os neoliberais ou os ultraliberais”, ou “o neoliberal ou o ultraliberal”, – fazendo concordar o número do artigo definido com o do substantivo?
A minha experiência de comentários críticos nos artigos do Daniel diz-me que este comentário, das duas uma, ou não será publicado, ou será publicado lá para o fim da lista de comentários, quando este artigo já estiver bem ao fundo da página inicial do blogue. Acertei?

Acertei, claro. Hoje, 7 de Setembro de 2011, a esta hora (aprox. 23:30), o Daniel ainda não havia tido oportunidade para publicar o meu comentário. Mas, ontem logo depois de almoço fui espreitar e o texto do artigo já estava corrigido!

Este tipo de situação já havia ocorrido antes, por mais de uma vez, mas só desta o torno público. Porquê, perguntam as mentezinhas perversas, sedentas de uma boa escandaleira (de preferência com uns insultos à mistura)? Porque – e desiludam-se as tais mentezinhas malévolas -, o Daniel escreve neste artigo algumas verdades inegáveis (ou cruas constatações) que merecem uma séria reflexão – e que, por isso, eu já tinha decidido mencionar aqui -, como estas por exemplo:


Assim, em vez do velho debate entre Estado Providência e Estado mínimo, aquilo a que assistimos é a uma síntese: o Estado cobrador. Cobra impostos altos aos cidadãos e não lhes devolve coisa nenhuma.

E, assim, temos o Estado mínimo no centro de saúde, na escola ou no centro de emprego, e o Estado máximo na repartição de finanças e, quando a indignação for já incontrolável, na esquadra de polícia. …

Portanto, o Daniel é capaz de encontrar a verdade no agir dos outros e de a transmitir quando isso lhe é conveniente, mas não foi capaz de publicar a verdade sobre o seu agir porque, ao contrário, isso lhe era inconveniente. Podia ter feito de outra forma? Podia, mas não seria a mesma coisa, pois não?

Leitura complementar: Neo-Socialismo

Dextra sinistra.

Sem tempo para esmiuçar em texto este novo plano de aumentos de impostos do novel ministro dos impostos português – o que só espero poder fazer logo ao final do dia -, deixo aqui mais uma pequenina imagem de síntese que expressa bem (pelo que tenho ouvido) o sentimento geral dos portugueses quanto ao assunto:

Nota: Imagem recebida por e-mail datado de 4-02-2011 sem qualquer referência de autoria.

Opinião sobre o governo PSD – síntese.

Passados 70 dias apenas após a sua tomada de posse, a opinião geral sobre este novo governo é, sinteticamente, a seguinte:

clique na imagem para ver maior

Caramba! Deve ser um novo recorde…

Que credibilidade podem ter estas sondagens?

Sondagem
Portugueses apontam Sócrates como maior culpado da crise
Francisco Teixeira, 20/04/11 (Económico)

Sondagem
PS ultrapassa PSD nas intenções de voto a seis semanas das eleições
Francisco Teixeira, 21/04/11 (Económico)

“There is something fishy here” – diria um inglês. Ou, em bom português, isto é muito suspeito. No mínimo.
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Julgar os outros por si mesmos.

Usar criancas para propaganda.A criatura que actualmente supõe representar a Educação em Portugal, veio hoje afirmar aos microfones da TSF que “é indigno usar crianças” nas manifestações de protesto contra a sua unilateral quebra dos contratos de financiamento de ensino público em escolas privadas.

Não é por acaso que a criatura utiliza a palavra ‘usar’. Quem tem por hábito usar as crianças (e os velhos, e os desempregados, e os fragilizados em geral) não consegue perceber quando “alunos, professores, pais, direcções escolares, educadores não docentes, antigos alunos se juntam para gritarem e manifestarem o quanto gostam da sua escola“.

Villains & Thieves: cantemos com os irlandeses.

Parece que, afinal, os portugueses têm mais coisas em comum com os irlandeses do que aquilo que lhes querem fazer crer.

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encontrado aqui

A criminosa negligência dos falsos humanitários governantes mundiais no Haiti.

No início deste ano de 2010, mais precisamente no dia 12 de Janeiro, ocorreu um violento terramoto no Haiti que causou aproximadamente 250 mil mortos e 1,3 milhões de desalojados.

Aproveitando o grande espectáculo da comunicação social que então foi montado, dezenas de presidentes, primeiros-ministros e quejandos vieram prometer mundos e fundos de ajuda. Os oportunistas do costume, brilharam sob as câmaras das televisões e em entrevistas de primeira página nos grandes jornais.

Nove meses volvidos, em meados de Outubro passado, é declarada uma epidemia de cólera. Em meados de Novembro, um relatório oficial do Ministério da Saúde haitiano reporta que mais de 72 mil pessoas contaminadas tinham já sido atendidas em hospitais pelo país. O número de mortos em consequência da doença era ontem (27 de Novembro), também segundo dados oficiais, 1648 e a OMS prevê que o número de pessoas infectadas possa atingir as 400 mil em pouco tempo devido à rápida propagação da doença, das quais poderão resultar cerca de 9 mil mortos se a taxa de mortalidade se mantiver a mesma.

Pacientes com cólera recebem tratamento em hospital no vilarejo de Limbe, no Haiti (24/11/2010)

Pergunta: Porque está isto a acontecer?

O que se sabe sobre a situação actual desta gente cujo sofrimento nunca mais pára*?

1.
Dez meses depois do terremoto que matou milhares de pessoas no Haiti (…) grande parte da população continua morando nos cerca de 900 acampamentos espalhados pela região de Porto Príncipe. No que já foi uma praça pública na localidade de Delmas, região metropolitana da capital, cerca de 50 mil pessoas vivem em tendas ou em barracos de latão, lona, pano e até plástico.
No Acampamento Jean Marie Vincent, o esgoto corre por valões a céu aberto, os banheiros são coletivos e os banhos são tomados em pequenos compartimentos, com piso de madeira e paredes de lona, sem qualquer ligação com redes coletoras de esgoto. Além disso, o lixo fica espalhado pelo chão e a água potável, distribuída por organizações não governamentais e organismos internacionais, nem sempre é suficiente para todo mundo. …

2.
A Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu apenas US$ 19,4 milhões dos US$ 164 milhões pedidos para o Haiti, que vem sendo devastado por uma epidemia de cólera.
Ao lamentar a lentidão da reação dos países doadores, a porta-voz da Agência de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, Elisabeth Byrs, disse que a quantia está longe de ser significativa para a compra de remédios e alimentos para a população haitiana…

Resposta: Porque os governantes dos países que, pressurosos, prometeram mundos e fundos de ajuda não cumpriram as promessas – são mentirosos, e com as suas mentiras tornam-se criminosos que acrescentam milhares de mortos aos provocados pelas catástrofes naturais.

*A passagem pelo Haiti do furacão Tomas nos dias 4 e 5 de Novembro viria a causar mais 21 mortos, 36 feridos, 6000 desalojados e a destruição de mais 800 casas, bem como de muitas plantações agrícolas.

Ainda bem que os bancos da Irlanda…

Bank of Irelandpassaram nos testes de stresse.

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Doutro modo, os irlandeses ainda eram capazes de vir a ter problemas sérios…

A revisão constitucional e a ditadura da estupidez.(3)

(em conclusão do iniciado aqui e continuado aqui)

2. A questão da substituição da declaração “tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito” por “não podendo, em caso algum, o acesso ser recusado por insuficiência de meios económicos” na redacção da alínea a), do n.º2 do artigo 64.º (Saúde), quanto ao direito de protecção da saúde.

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Estava em preparação este texto quando foi dada a notícia de que o PSD de PPC abandonava o projecto de revisão constitucional. Foi de pouca dura esta fonte de verdadeira discussão política com alguma profundidade neste país, única desde há muito.

Já questionava a seriedade de intenções de quem promove coisa tão efémera quando se me deparou esta chamada de atenção do José Manuel Fernandes, no Blasfémias, para um artigo do jornal i intitulado Peso das despesas com saúde em Portugal é o mais alto da UE. Depois do furioso rasgar das vestes que originou  no partido socialista a proposta mudança de redacção no constitucional artigo SNS morte64.º acima enunciada, os dados referidos na peça jornalística mostraram, com toda a clareza, que esta não é, não foi nem nunca pretendeu ser uma discussão séria.

Dito de outra forma, é apenas mais um faz-de-conta: a gente vai continuar a fazer de conta que tudo está bem por cá. Assim de repente, sem saber como, veio-me à memória a letra de uma velhinha canção festivaleira (1974, salvo erro) do José Cid intitulada No dia em que o Rei fez anos.

Quando ainda pensava que isto era uma discussão séria pretendia mencionar-vos o facto que qualquer definição num texto constitucional, por limitada que possa ser, é sempre preferível a qualquer indefinição, por grande que possa parecer. Cogitava também mostrar-vos o que refere a Constituição do país onde experimentei a melhor, mais rápida e mais eficiente protecção gratuita na doença, de entre os poucos (vita brevis) onde permaneci o tempo suficiente para poder fazer tal afirmação: a Suíça. Em apenas dois artigos, quatro parágrafos e duas alíneas:

Art. 41º
1 A Confederação e os cantões empenham-se, de forma complementar à responsabilidade individual e à iniciativa privada, para que:
a. todos disponham de segurança social;
b. todos recebam a assistência necessária para sua saúde;

Art. 117º Seguro contra doença e acidentes
1 A Confederação prescreve disposições sobre o seguro contra doença e acidentes.
2 Pode declarar obrigatório, em geral ou para determinados grupos da população, o seguro contra doença e acidentes.

Como repararam, a palavra ‘gratuito’ não consta de nenhum dos artigos transcritos. Mas, a assistência médica é (ou era, à data em que pude experimentá-la apesar de estrangeiro residente), de facto, gratuita, excepto para uma ou duas especialidades bem definidas (na altura, a medicina dentária não era gratuita).

Como é que tal é possível? Para perceber basta ler os artigos 111.º 112.º e 113.º, respeitantes ao cumulativo sistema de segurança social suíço, os quais não transcrevo aqui dada a sua extensão.
(se está mesmo interessado pode ler aqui (em google docs) ou descarregar daqui (em pdf) o texto em português da Constituição Federal Suíça)

É que os suíços, ao contrário dos portugueses, não exigem que o Estado “tome conta” deles. Eles preferem tomar conta de si mesmos – como faz qualquer adulto responsável e livre – e ainda fazem questão de escrever isso na sua própria Constituição:

Art. 6º Responsabilidade individual e colectiva
Toda a pessoa é responsável por si mesma e contribui, conforme a sua capacidade, para a consecução das tarefas no Estado e na sociedade.

Dir-vos-ia isto, e mais ainda, se achasse que valia a pena; se os portugueses quisessem levar a sério, como gente crescida, a discussão sobre o seu próprio futuro, em liberdade e com responsabilidade. Enfim, coisas parvas que me passam pela cabeça…