Conduzir os desempregados a desesperados ou o Estado enquanto pessoa de mal.

Na sanha institucional para iludir os números do desemprego em Portugal os funcionários dos Centros de (des)Emprego e (de)Formação Profissional continuam a aconselhar(!), insistentemente, os beneficiários do subsídio de desemprego a receberem o respectivo montante por inteiro, como financiamento(?) de um qualquer negócio(?) que as vítimas, digo, os desempregados pensem poder criar.

Isto tem um duplo “efeito positivo” nos números das estatísticas oficiais, apregoáveis pelos organismos do Estado e pelo governo: diminui o número de desempregados inscritos e aumenta o número de pedidos de constituição de empresas(!) em nome individual.

Mas, num momento em que muitos dos negócios já instalados vêm as suas listas de clientes a diminuir e não conseguem manter-se em actividade, o que acontece realmente é que mais de metade destes empresários(?) instantâneos e impreparados não conseguem singrar.

Isto tem um duplo efeito negativo na vida destas pessoas, com repercussões violentas em todo o seu grupo familiar: voltam a ficar em situação de desemprego mas agora sem direito a receber qualquer subsídio e, muito pior, quase sempre com dívidas pesadas resultantes da falência das suas actividades.*

Fomentar o desespero é cruel,  desumano e perigosamente estúpido.

Nota: Manter as actuais chefias, escolhidas pelo anterior governo, na Segurança Social, na Administração Fiscal e no Ministério Público é uma opção suicidária por parte deste governo – como a seu tempo se irá constatar.

*Os exemplos são inúmeros, nem é preciso procurar; só no limitado âmbito dos meus conhecimentos são já uma dezena de casos.

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