Os homens inteligentes aprendem com os erros passados; os estúpidos repetem-nos.
Tese:
A propósito de inteligência e da falta dela: lamento ter que desiludir os defensores do (dito) plano tecnológico nacional, mas a verdade – nua e crua – é que os computadores nunca substituirão a inteligência. Um estúpido com um computador, continua a ser um estúpido… agora com uma ferramenta que lhe abre novas oportunidades de demonstrar a sua estupidez.
Sofisma:
“Ministro vai apresentar projecto para combater crise dos cereais
24 Setembro, 2007 – 16:11
O ministro da Agricultura, Jaime Silva, mostrou-se, esta segunda-feira, preocupado com o aumento do preço dos cereais, pelo que, para fazer face à crise no sector, adiantou que vai propor à Comissão Europeia (CE) a utilização, durante um ano, das terras em pousio. A Associação do Comércio e Indústria da Panificação já anunciou que o pão vai voltar a subir, este ano, entre os 8% e os 10%.
…”
Prolepse:
“Campanha do Trigo
Registo inserido e validado por: Direcção Regional de Cultura do Algarve
Para incentivar o cultivo do trigo o Estado Português lançou esta campanha, através da qual atribuía uma série de regalias a quem o cultivasse. No Algarve esta traduziu-se por um aproveitamento dos terrenos da zona serrana, até aí incultos. As consequências desta campanha levaram a um intenso aproveitamento agrícola dos terrenos pobres. Abandonou-se quase por completo o tradicional sistema de rotação de culturas, deixando de se cumprir os prazos mínimos de pousio. Isto provocou um esgotamento dos solos.
…
Data inicial: 1928
Data final: 1934”
“O Estado Novo
…
A Campanha do Trigo, iniciada em 1929, com os objectivos de garantir o auto-abastecimento e de “dignificar a indústria agrícola como a mais nobre e a mais importante de todas as indústrias e como primeiro factor de prosperidade económica da Nação”. Esta campanha consistiu em demonstrações técnicas do uso de adubos, assistência aos agricultores, escolha das sementes e organização de parques de material agrícola. Foi criado um subsídio de arroteia destinado a por em cultivo com trigo terrenos incultos e vinhas, bem como a garantia de aquisição da produção a preço tabelado. Embora se tenha conseguido aumentos da produção e até excedentes no ano favorável de 1932, a Campanha de Trigo é responsável pela acentuada erosão de muitos solos de encosta do nosso país. Refira-se que os acréscimos de produção foram conseguidos principalmente à custa do aumento da área cultivada e não do rendimento.
…”
(ALMEIDA, Domingos P. F. de, Evolução Histórica da Agricultura, Apontamentos de História em http://www.dalmeida.com, Agosto 2002)

“junho 23, 2004
ALENTEJO
GEOGRAFIA E HISTÓRIA
…
Na primeira metade do século passado, a imagem (mito) do Alentejo como celeiro do país consolida-se, justificando o crescimento populacional e o progressivo avanço dos campos cultivados sobre a charneca. Inspirado noutros exemplos europeus (caso de Itália), o Estado Novo retomará o mesmo rumo, lançando a partir de 1929, a Campanha do Trigo.
Embora breve – em 1937 o esforço está já terminado, sucumbindo às dificuldades de colocação externa do produto e ao rápido esgotamento dos solos mais pobres -, a Campanha do Trigo resultará num aumento ainda mais significativo das áreas cultivadas, ao mesmo tempo que revela a prazo, os limites (esgotamento) da imagem da superabundância que servia secularmente para caracterizar a região.
Invadidos pelo trigo, as regiões de solos delgados e xistosos depressa mostraram que a sua vocação não era cerealífera (vejam-se as terras da “região” campaniça). À Campanha do Trigo sucedeu, nos anos 60, outra tentativa política para, de novo, salvar, de fora, o Alentejo. Pretendia-se, como antes, reforçar a sua produção agrícola. Desta vez já não se tratava de estender a cultura tradicional do trigo, mas de substituir a cultura extensiva de sequeiro pela intensiva de regadio, ou seja, de implantar no Alentejo formas de produção que lhe eram quase completamente alheias (digo alheias, porque não houve desgraçadamente qualquer plano de formação ou de ajudas/financiamentos). Não através de obras pequenas, ao alcance de todos os agricultores, mas através de grandes empreendimentos financiados e executados pelos organismos estatais, o que implicava a sua utilização sobretudo por grandes empresas e escassas cooperativas.
…
Uma vez mais o Alentejo (será) seria o fornecedor explorado e não o beneficiário. O fim da Campanha do Trigo e as tentativas de regadio foram, aliás, suficientes para desmentir a vocação essencialmente cerealífera da economia Alentejana, mantida pelo Estado Novo e, até depois do 25 de Abril, tentada de certa forma, pela Reforma Agrária. Tivemos que esperar pela integração no espaço económico comunitário para se assistir à crise/falência total e aberta do sistema. Que Futuro?
…”
(Posted by dj_ac at 11:39 PM | http://albardeiro.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_06.html)
Dedução (argumentum ad judicium):
A incompetência, a ignorância, o oportunismo, o “economicismo” e a vaidade estultificante dos dirigentes continuam a ser os grandes obstáculos ao verdadeiro desenvolvimento do país.
“JUSTIÇA EM PRIMEIRO LUGAR
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12. (…) Tudo isso fez com que o Senhor dos exércitos ficasse com grande ira 13. e dissesse: “Como eu chamei e eles não escutaram, agora também eles podem gritar que eu não escutarei. 14. Eu dispersei-os por todas as nações que não conheciam, e atrás deles a terra ficou vazia, sem habitantes. Eles transformaram num deserto esta terra deliciosa“…” (Zacarias 7)