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A ‘lavagem de dinheiro’ e a ‘notícia’ do jornalista ‘moderno’.

Ao ler os artigos de alguns jornalistas “modernos”, cada vez mais me lembro daquela famosa passagem do Evangelho de Mateus 15:14, Deixai-os: são cegos a conduzir outros cegos! Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão nalguma cova.

Veja-se a seguinte notícia(?) do JN, por exemplo:
Santa Casa alerta PJ para lavagem de dinheiro com prémios
NELSON MORAIS | 16/03/2015
… Desde 2012, a Santa Casa denunciou 34 casos em que os prémios podem ter sido usados para lavar dinheiro sujo.

Os sucintos relatórios da UIF nada dizem sobre o teor das comunicações da SCML, nem sobre o montante do dinheiro eventualmente “branqueado”, mas uma fonte policial explica que está em causa “um esquema clássico de branqueamento”.
… pode ter tido novo incentivo quando, em 2013, o Fisco passou a ficar com 20% dos prémios. Como disse?!

imagem com link

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Em primeiro lugar, o jornalista “moderno” escreve sempre em “brasilês”, uma novilíngua inventada por um tipo chamado Malaca que mistura palavras de português de Portugal e palavras de português do Brasil com outras palavras inventadas pelo dito Malaca, o que faz com que a escrita nesta novilíngua fique cheia de erros, tanto para um leitor português, como para um leitor brasileiro. (A esta novi-escrita chamou o Malaca novo acordo ortográfico.)

Depois, vender e comprar cautelas premiadas para movimentar dinheiro de forma não numerária é prática que existe em Portugal há tanto tempo como os próprios jogos ditos de sorte e azar com emissão de títulos ou bilhetes.
Sabe-se, por exemplo, que no tempo da colónias de África muita gente enviava cautelas premiadas a familiares em Portugal, os quais assim podiam levantar a dádiva sem perder dinheiro no câmbio entre a moeda ultramarina e a da metrópole.

Actualmente, este esquema é apenas utilizado em pequenas transações de produtos lícitos ou ilícitos. (Até porque nenhum dos intervenientes do segundo caso, frequentemente com cadastro, se arriscaria a ser identificado para receber prémios superiores a 5 mil euros.)
Eu não gosto muito de dar dicas a ignorantes, mas desta vez vou quebrar o meu hábito.

O que os jornalistas da “nova geração” deverão investigar (em vez de paparem o que lhes vem à mão), por exemplo, são as lojas em centros comerciais.
Segundo um amigo meu que trabalha na administração de um grande Centro Comercial, uma em cada 5 ou 6 lojas não tem lucro para poder pagar sequer a renda, mas pagam e a administração não pergunta a origem do dinheiro.
Não me digam que também ninguém estranhou a recente proliferação de lavandarias automáticas nos grandes centros urbanos? É que este é um clássico, caramba!

O mundo de cada um é mesmo do tamanho daquilo que ele conhece.
Actualmente os jornalistas estão a ser substituídos por uma espécie de relações-públicas, voluntária ou involutáriamente ignorantes e acéfalos, que propagandeiam o que lhes manda quem os contrata.

O grande democrata.

Os acontecimentos, ontem, quinta-feira 26 de Maio:

Algumas dezenas de pessoas concentraram-se nas imediações do comício do PS em Faro, no Largo da Pontinha, em protesto contra a política do Governo, designadamente a cobrança de portagens na Via do Infante, a A22.
Enquanto discursou o primeiro orador do comício, o líder do PS/Faro, Miguel Freitas, ouviu-se do exterior um coro de assobios, mesmo quando este dirigente procurou atribuir a responsabilidade ao PSD pela decisão de se começar a cobrar portagens na Via do Infante.
Os manifestantes traziam faixas onde se podia ler “portagens na A22 não”, “auditorias às contas públicas já” ou “estamos fartos de ser roubados”.
A PSP fez uma detenção e identificou alguns membros do grupo. Ainda antes de o secretário-geral do PS, José Sócrates, abandonar o Largo da Pontinha, os agentes da polícia começaram a identificar alguns dos elementos que empunhavam cartazes e que assobiavam em reacção aos discursos dos oradores.
(1)

A democracia segundo Sócrates

A opinião do grande democrata sobre os acontecimentos:


Para José Sócrates, a manifestação realizada à porta do seu comício foi própria de pessoas que “não sabem o que é a democracia, nem o direito de manifestação por parte dos partidos”.
(1)

O que diz a Constituição do país onde o grande democrata é primeiro-ministro:

Artigo 45.º – (Direito de reunião e de manifestação)
1.Os cidadãos têm o direito de se reunir, pacificamente e sem armas, mesmo em lugares abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização.
2.A todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação.

Conclusão:

Que pena o grande democrata já não ter tempo até dia 5 de Junho para mandar rever a Constituição da República Portuguesa, ordenando a exclusão destes artigos ostensivamente contrários ao seu mais elevado conceito de democracia.

(1) Confusão marcou comício de ontem à noite do PS, por Lusa, 27 de Maio de 2011, Visão

Pareto e a saída do pântano económico em Portugal. (8)

(continuação daqui)

Na Suíça, por exemplo, isto não seria provavelmente construído na capital. (clique na imagem para ver de que se trata)

Centro de Investigação Champalimaud

 

Escolher-se-ia um lugar tranquilo, numa bela encosta , a cerca de meia hora de automóvel de uma cidade maior. De preferência, nas proximidades de uma pequena vila ou aldeia com uma estação de caminho de ferro. (clique na imagem)

Paul Scherrer Institut

(Posso afirmar isto porque lá trabalhei e tive contactos próximos com gente responsável pelo ordenamento do território que conduzia processos de decisão de empreendimentos deste género.)

Por cá “planta-se” mesmo à beira do Tejo, junto à barulhenta Doca-Pesca, num lugar com trânsito intenso, justificando essa localização com paleio deste teor:

O Centro Champalimaud ficará implantado na zona ribeirinha de Pedrouços. É um local privilegiado, perto da Torre de Belém, e onde o rio se encontra com o Oceano Atlântico e de onde os navegadores portugueses partiram há cinco séculos em busca do ‘desconhecido’. A presença de um centro de investigação científica de excelência e de reputação internacional alavanca o legado histórico desta zona e estabelece uma ponte inspiradora entre as “Descobertas” e a sempre actual epopeia das descobertas científicas.

São inúmeros os locais neste país onde este Centro de Investigação poderia localizar-se alternativamente e com vantagens de muitos tipos.

A observação original de Pareto (antes da generalização, por vezes absurda, que alguns lhe deram) era a de que 80% da riqueza mundial estava na posse de 20% da população. Ele referia-se à riqueza medida pelo Produto Nacional Bruto. Mas a mesma proporção se aplicará, por certo e infelizmente, às riquezas mental, cultural e espiritual.
O particular problema português relativamente a esta (quase) invariância é o da esperteza. Os 80% que não possuem qualquer espécie de riqueza são todos espertos e, por isso, dão muito poucas oportunidade aos mental, cultural e espiritualmente ricos para usarem essa riqueza a favor do bem comum, acabando sempre por dar a escolha e o poder aos seus modelos sociais de esperteza – os ricos de dinheiro e àqueles que o parecem, por se pavonearem bem vestidos e bem falantes.

(fim)

Este postal constitui o último de uma série de textos contendo propostas para um melhor ordenamento demográfico, económico e territorial em Portugal. Ficam aqui em baixo os linques de todos os postais anteriores, para permitir o acesso rápido à série completa.

Pareto e a saída do pântano económico em Portugal. (1)
Pareto e a saída do pântano económico em Portugal. (2)
Pareto e a saída do pântano económico em Portugal. (3)
Pareto e a saída do pântano económico em Portugal. (4)
Pareto e a saída do pântano económico em Portugal. (5)
Pareto e a saída do pântano económico em Portugal. (6)
Pareto e a saída do pântano económico em Portugal. (7)