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A diferença entre gregos e portugueses.

A figura alegórica ou personificação nacional é a antropomorfização de uma nação visando mostrar, em síntese, as suas características mais significativas.

A figura identificativa da nação grega é uma senhora armada da cabeça aos pés, Atena de seu nome, com coragem suficiente para enfrentar gigantes.

A personificação do povo português é um apascaçado indivíduo que Bordalo nomeou Zé Povinho,”personagem de boca aberta (…), resignado perante a corrupção e a injustiça, ajoelhado pela carga dos impostos e ignorante das grandes questões do país”.

Zona Euro: Cimeira decide redução da dívida grega e aumento do fundo de resgate
2011-10-27, Jornal Digital

Portugal deve estar pronto para tomar medidas adicionais
Luís Rego em Bruxelas e Eudora Ribeiro, 26/10/11, Económico

As novas invasões bárbaras.

O novo governo da Grécia, liderado por um alemão:


O vice-presidente do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Berd) e ex-diretor-geral da Comissão Europeia, Horst Reichenbach, será o líder do grupo de trabalho, criado por proposta do presidente do Executivo da UE, José Manuel Durão Barroso, e em consultas com o Conselho Europeu e o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou.

(UE cria grupo de trabalho para prestar socorro técnico à Grécia, 20/07/2011, UOL Notícias – Economia)

Ah, mas Portugal é diferente da Grécia! É mesmo?


De acordo com os dados do departamento de gestão da risco de Crédito e Caución, foram registados 2.677 novos processos de falência no país entre Abril e Junho. Ou seja, mais 18 por cento do que no primeiro trimestre, mas mais 71 por cento do que em igual período do ano passado.

(Níveis de insolvência atingem recorde histórico, 02.08.2011, Público – Economia)

A ignorância da História faz com que os ignorantes, sejam eles indivíduos ou povos, voltem a cometer os mesmos erros do passado. Porque, tanto a cupidez, como a estupidez humanas em nada mudaram.


Por esta altura, os Germanos coexistiam pacificamente com o império: os utensílios e moedas encontrados em túmulos germanos provam a existência de relações comerciais entre as duas civilizações, principalmente nas regiões entre o Elba e o Mediterrâneo, ao longo do vale do Reno, e pelo Vístula e mar Negro.

As relações entre bárbaros e romanos não se limitavam, contudo, à esfera comercial e cultural … A sucessiva falta de mão-de-obra no campo obrigava o império a permitir a entrada destes povos, formando assim assentamentos caracterizados distintamente: os federados, ligados a Roma por um contrato, aos quais era permitida a preservação dos costumes, organização social e política, em troca da prestação de serviço militar. No decorrer do século IV, estes tratados de federação aumentavam substancialmente, na tentativa de vencer a crise que se aproximava.

A estrutura administrativa do Império Romano dependia fortemente dos tributos que impunha aos novos vencidos …

Na tentativa de contrapor a crise, foi organizado um pesado sistema de impostos …
(Excertos do artigo sobre as invasões bárbaras na Wikipedia)

Tanto jornalista, tanto especialista, tanto economista, tanto gestor, tanta luminária (de vidro fosco, certamente) e ainda não perceberam o que está a acontecer, o que nos estão a fazer?

Fiquem, então, atentos ao próximo artigo aqui no Jardim. A coisa é até muito simples, como verão. A questão é: quererão ver? Porque não há maior cego do que aquele que não quer ver – já lá diz o provérbio.

A loucura dos poderosos.

Depois da demonstração de decadência moral das “elites” europeias que Strauss-Kahn deu lá pelos States, é a vez das “elites” daquelas paragens virem mostrar o seu declínio intelectual cá pelos antigos(?) domínios de Sua Mais que Excelente Majestade.
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Obama in Ireland to discover his Irish roots
Published May 23, 2011 | Associated Press

Alguém quererá pagar a minha viagem até à Etiópia em busca das minhas alucinantes raízes africanas?

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Governo, mentiras e autocarros eléctricos.

Há pouco topei a seguinte notícia, vinda, com certeza, directamente da central noticiosa do governo:

A saída do primeiro autocarro eléctrico nacional 100 por cento eléctrico da fábrica da CaetanoBus, empresa da Salvador Caetano, cerimónia que contará com a presença do primeiro-ministro, José Sócrates, …
(Primeiro autocarro eléctrico português em testes, 2011-02-22, Agência Financeira)

Então e estes? São a vapor, não?

Autocarro eléctrico de Coimbra.

Em Coimbra circulam actualmente dezasseis (16) autocarros 100 por cento eléctricos fabricados em Portugal entre 1982 e 1986 pelas empresas Salvador Caetano e Efacec.

A mentirosa bajoujice do governo acolitada pela sandia ignorância de quem escreve a notícia. Sinceramente, não há mais paciência para suportar mentirosos e ignorantes. Há milhares de portugueses honestos e competentes desempregados ou mal empregados. Eles só precisam de compreender isso e a força do seu número. É na rua que estes porão na rua aqueles, ao contrário do que afirma com pesporrência esta pseudo-autoridade.

Para quem (diz que) não percebeu o meu postal anterior.

Cavalo de TróiaNão imaginava que fosse possível – dada a simplicidade – mas aparentemente terá mesmo havido quem não percebesse o meu postal anterior. A cada um as suas limitações… ou más intenções, tanto me faz.

Por feliz coincidência, poucas horas depois de eu ter publicado o meu sintético postal alguém viria a comentar a mesma notícia de modo muito idêntico, escrevendo um texto bem mais desenvolvido e explicativo cuja leitura recomendo vivamente.

Novas oportunidades Grandes oportunismos.

Ter olho compensa
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Nota: Indecentemente roubado Oportunamente reproduzido daqui.

A conferência de Copenhaga e a ignorância global.

Capa de livroFaltam apenas três dias para terminar a tão falada conferência da ONU sobre o clima.

Os objectivos aí pretendidos atingir pela EU estão expressos nas afirmações a seguir transcritas (daqui): atingir “um novo acordo mundial, abrangente e ambicioso, para a resolução do problema das alterações climáticas”,  “para que o aumento da temperatura possa ser mantido inferior a 2°C”.

Esta gente não compreenderá o que está a dizer? Ou querem, de facto, enganar todo o mundo?

Resolver as alterações climáticas?! Manter o aumento da temperatura abaixo de 2ºC?!

Já agora, porque não também, estabelecer um valor máximo para as temperaturas nos desertos e para a humidade nas florestas tropicais?

Então estes iluminados não sabem que de há 3600 milhões de anos a esta parte – desde se formou uma atmosfera sobre o planeta – nunca pararam de acontecer inúmeras e enormes alterações climáticas? Custa a crer que todos eles tenham frequentado a UI ou que tenham obtido o diploma a um domingo…

Só nos últimos 2700 milhões de anos sabe-se que terão ocorrido 25 glaciações, a que correspondem outras tantos períodos de aquecimento interglaciário. Têm lugar em ciclos climáticos de aproximadamente 10 mil em 10 mil anos (os períodos interglaciários quentes) e duram cerca de 100 mil anos cada uma.

As discussões científicas sobre as possíveis causas destas variações climáticas cíclicas vêm já de longa data. A explicação mais comumente aceite na actualidade pela maioria dos cientistas encontra-se na teoria dos ciclos orbitais do matemático jugoslavo Milutin Milankovitch, segundo a qual o clima da Terra é determinado pelo volume de energia que ela recebe do sol e esse volume de energia é dependente de três factores astronómicos: excentricidade da órbita, inclinação e precessão do eixo do planeta. (ver aqui)

A esta macro teoria juntam-se, mais recentemente, outras que relacionam, para períodos geológicos mais curtos, a variabilidade climática com a dinâmica geomorfológica, baseados em registos geológicos como os dos ciclos de Dansgaard-Oeschger e dos eventos Heinrich. (ver aqui1)

Por outro lado, manda a honestidade que se diga que são factos observáveis, e observados, o aumento da concentração de CO2 na atmosfera, o desprendimento e sequente fusão de grandes massas de gelo das zonas polares, uma subida do nível médio das águas do mar. O que já não é honesto é afirmar peremptoriamente, perante a grandeza das forças em causa, que estes fenómenos se devem principalmente, ou exclusivamente como alguns dizem, ao aumento das emissões de CO2 para a atmosfera causado pelas actividades humanas.

Explicações simplistas de fenómenos complexos são produto de mentes simplórias… Ou mal intencionadas.

A comunicação social tem muitas culpas no agravar da ignorância e da desinformação relativamente a estes assuntos. A maior parte das notícias escritas a propósito desta conferência não contêm qualquer informação útil para a compreensão do tema. Ao ler estas notícias fica-se com a ideia de que, de um lado, uma data de políticos, inchados pela alta conta em que se têm e que supostamente representam a maior parte da humanidade, se reúnem lá num sítio qualquer para discutir se as fábricas vão continuar ou não a deitar fumo, se as centrais energéticas serão nucleares ou a carvão, ou se os automóveis no futuro serão movidos a electricidade ou a hidrogénio, com baterias ou pilhas de combustível, fazendo crer que dessas decisões depende se continuará a haver ou não alterações do clima. E, que do lado oposto existem umas criaturas muito altruístas e iluminadas pela deusa Gaia, as quais supostamente representam a parte restante (e melhor) da humanidade e, por isso, se sentem autorizados a provocar distúrbios, a apedrejar os agentes da polícia e a destruir a propriedade alheia.

Em suma, é a globalização da ignorância, a legitimação da malevolência e a institucionalização da estupidez.

1Reparem na incerteza demonstrada e na honestidade científica de quem o elabora este artigo, ao começar com a citação de Vera Markgraf: “The Earth’s climate has never been stable. Climate has varied on all time scales and will continue to vary in the future, irrespective of the extend to which human activities will afect it”.

O optimismo socialista português começa a mostrar resultados…

PatetaPortugal tem uma das taxas mais baixas de investimento directo estrangeiro, diz estudo da Ernst & Young
06/11/09, 07:24
OJE/Lusa

Imagem de Portugal junto de investidores internacionais piora em 2009, revela estudo
06/11/09, 07:34
OJE/Lusa

O pessimismo alemão também apresenta resultados!

Volte-face na venda da Opel escandaliza analistas alemães e provoca protestos dos trabalhadores
06/11/09, 07:19
OJE/Lusa


Fritz Henderson, director-geral da GM, mostrou-se hoje “confiante” no plano de financiamento de reestruturação da Opel, avaliado em três mil milhões de dólares (cerca de dois mil milhões de euros), acrescentando que o grupo tem recursos para reembolsar o empréstimo de 1,5 mil milhões de euros concedido pelo governo alemão, que quer reaver esse montante “até ao fim de Novembro”.
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Os norte-americanos sabem muito bem que um dos melhores e mais seguros lugares para investir neste momento é precisamente a Alemanha, com o seu governo de coligação entre democratas cristãos e liberais e toda a sua força industrial agora renovada (purgada) e preparada.
A Alemanha vai ser o primeiro país da união europeia a livrar-se da recessão, e fá-lo-á com a sua Economia reforçada e mais pujante do que antes. Todas as medidas ditas anti-crise da UE tiveram exactamente essa finalidade: tornar a Alemanha a potência económica europeia dominante na emergência pós crise.
Isto, mais ou menos em simultâneo com a entrada em vigor da Constituição Federal para a União Europeia convenientemente disfarçada sob o nome fictício de Tratado de Lisboa… Mas que grande coincidência!
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O grande ‘enconumista’ português.

O maior ignorante é aquele que não reconhece a sua própria ignorância.

 

O ignorante

Na passada quinta-feira, 13 de Novembro, podia ler-se a seguinte notícia no Agência Financeira:

Euro cai com Alemanha na pior recessão desde há 12 anos

A moeda única está a perder valor face ao dólar depois do anúncio de que a maior economia europeia, a alemã, entrou na pior recessão desde há 12 anos. …

No dia seguinte, sexta-feira 14 de Novembro, a TSF torna pública a opinião do visionário 1º ministro português:

Sócrates convencido que economia nacional não entrará em recessão

O primeiro-ministro está convencido de que a economia nacional vai continuar a resistir à recessão. …

A economia alemã, que é o padrão da zona euro, que é o motor da própria economia comunitária, entra em recessão, mas o licenciado em engenharia “está convencido” que a frágil economia portuguesa “vai continuar a resistir”! Porquê? Com que fundamento? Lições de economia da ex-Universidade Independente, com certeza…

De volta a Portugal,

e al portoghese, questa grande nazione.

Ah, os portugueses! Um povo absolutamente inimitável.

 

Uma nação de sábios, onde qualquer ajudante sabe mais que o licenciado em Farmácia, qualquer mestre de obras sabe mais que o arquitecto e emenda os cálculos do engenheiro, qualquer endireita se julga um médico, qualquer pessoa com uma moto-serra nas mãos se considera um jardineiro, qualquer licenciado em engenheiria pode fazer “arquitectura”, e dizer com toda a impudência ignorante que qualquer “primeiro-ministro percebe que 3% é diferente de 2,9%, 2,8%, 2,7% ou 2,6%”, até porque, detalhou, “1% do PIB são 170, 180 milhões de euros”.

 

Um povo que aceita, como parte da normalidade, que a obtenção de uma posição laboral não esteja relacionada com a competência ou o mérito do pretendente, mas antes com quem ele conhece; um povo que valoriza mais a esperteza (entendida como a capacidade de tirar lucro de burlas, mentiras e enganos aos outros) do que a inteligência, mais o desenrascanço existencial do que a planificação da vida, mais a graçola boçal do que o dito bem-educado.

 

Zé cagão

 

De volta, pois. Para já. Meditando a afirmação de Cícero: Ubi bene, ibi Patria.

 

Nota de actualização (19:40): Uma nação com a ignorância agora devidamente certificada no programa Novas Oportunidades… ou será “Gandas Oportunidades“?