Ao ler este texto do Miguel Noronha (que julgo, talvez erradamente, ser esta pessoa) no blogue O Cachimbo de Magritte, veio-me espantosamente à memória uma passagem do romance de James Clavell, Taipan, lido há muitos anos, a qual acabei por encontrar após paciente pesquisa nocturna e passo a transcrever.
…
… Porque é que perdemos tudo, hem? Pareceu-me um acordo simplesmente maravilhoso.
– Porque estamos a lidar com chineses.
– Não entendo.
– … A primeira coisa que é preciso compreender: Há cinquenta séculos que os chineses chama à China o Reino de Meio… a terra que os deuses colocaram entre o céu que lhe fica por cima e a terra, por baixo. Por definição, o chinês é um ser de uma superioridade única. Todos eles crêem que qualquer outra pessoa, qualquer, é um bárbaro e nada conta. E que só eles detêm o direito, concedido por Deus, como única nação verdadeiramente civilizada, de governar a terra. …
…Os manchus acham que as nossas ideias, Cristianismo, Parlamento, voto, e acima de tudo a igualdade de todos perante a lei e o sistema de júri, são revolucionárias, perigosas e maléficas. Mas querem o nosso dinheiro.
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(James Clavell, Taipan, Publicações Europa-América, vol. 1, p. 107-109)
Então, esta gente que manda pensa que a alternativa ao FMI/FEEF é ficar completamente dependente da China? Deviam ler mais e melhor*. Os voluntarismos de Vilar de Maçada e as espertezas de Boliqueime vão ficar muito caras às gerações futuras.
Ai, e tal, não se pode fazer nada… Desculpem, mas pode. Para começar, pode votar em pessoas diferentes já no próximo domingo.
*Bónus para quem “tem pouco tempo para ler” (a desculpa costumeira para quem tem pouca apetência para a leitura) – fica aqui um linque para diversas versões do Taipan!, um joguinho homónimo do (e baseado no) referido romance, muito simples mas muito viciante; e, até há uma versão para jogar no i-phone.
Oh, nunca hei-de ter razões para deixar de vir a este blog. Espero que continue sempre aqui, com este detalhe todo.
Esse livro já está na minha lista, mas hei-de lê-lo em páginas que mexem com o vento.
Boa noite!
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Que razões haveria de ter para deixar de vir a este blogue?
Nenhumas! Disse isso porque naquele momento estava a reorganizar o Google Reader, a tirar uns blogs, a meter outros. Este blog é dos que leio há mais tempo. Foi por isso que me saiu aquilo. 🙂